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Epilepsia

O que é epilepsia?

A epilepsia pode ser definida como um distúrbio elétrico reversível do cérebro, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos, apresentando-se como crises convulsivas repetidas, de duração variável (podendo ser de curta ou longa duração). Ocorre por excesso de atividade das células nervosas (denominadas neurônios) do córtex cerebral, em uma verdadeira “tempestade elétrica”. Para ser caracterizada como epilepsia, deve haver mais de duas crises convulsivas – uma só crise não caracteriza epilepsia.


Qual sua prevalência no mundo e no Brasil?

A epilepsia é mais prevalente em países pouco desenvolvidos ou subdesenvolvidos (80% dos casos são em países subdesenvolvidos). Sua prevalência é de 50-100 casos por 1000 indivíduos. No entanto, 40-70 novos casos em 100.000 habitantes por ano são registrados em países desenvolvidos, comparado à 100-190 novos casos por 100.000 habitantes/ano em países subdesenvolvidos. No Brasil, 1,2 % da população é portadora de epilepsia, o que representa aproximadamente 2 milhões de habitantes


Como a epilepsia se manifesta?

A manifestação clínica da epilepsia vai depender do local onde ela se origina, da intensidade das descargas dos neurônios e de sua extensão. Quando envolve todo o hemisfério ou os dois hemisférios, são acompanhadas de alteração da consciência e são ditas crises generalizadas. Ao contrário, quando afetam somente uma parte do cérebro, são chamadas crises parciais ou focais.


O que causa epilepsia?

A epilepsia muitas das vezes não tem uma causa clara ou definida. No entanto, em alguns casos, pode ser ocasionada por lesões cerebrais congênitas (adquiridas no período da gravidez), distúrbios genéticos, lesão ocasionada por traumatismo craniano, acidente vascular encefálico (AVE), tumores cerebrais, infecções (ovos de solitária no cérebro, meningite, dentre outras) ou ainda uso de drogas ilícitas ou álcool.


A epilepsia é contagiosa?

Ao contrario da crença popular, a epilepsia não é contagiosa. Ou seja, ela não é transmitida através do contato com outra pessoa epiléptica.


Como pode ser diagnosticada?

Além dos sintomas clássicos que ajudam no diagnóstico, o eletroencefalograma (EEG) é essencial. Não menos importante, a Ressonância Magnética de Crânio tem um papel essencial, principalmente nas pessoas com crises de difícil controle e naquelas nas quais a crise tem início na idade adulta.


A epilepsia é facilmente controlada?

Em até 80% dos casos, a epilepsia é facilmente controlada com medicações. Nas pessoas que não respondem ao tratamento com medicações e alterações na dieta, o tratamento cirúrgico é uma importante opção terapêutica.

Existe cura em epilepsia?

Ao contrário de que muitas pessoas pensam, a epilepsia pode ser curada com medicações ou com a cirurgia.


Quando pensar em cirurgia para epilepsia?

Nas pessoas em que as crises não foram controladas com o uso de mais de duas medicações diferentes e em doses suficientes, ou naquelas em que os efeitos colaterias sejam muito significativos. Ainda, nas pessoas portadoras de epilepsia devida a tumores cerebrais, independente se a crise está controlada ou não.


Quais tipos de cirurgia podem ser realizadas no paciente epiléptico? São seguras?

Atualmente existem dois tipos de cirurgia: as cirurgias ressectivas e as cirurgias de neuroestimulação. Com o desenvolvimento das técnicas de anestesia e o surgimento de diversos novos equipamentos em neurocirurgia, a cirurgia tornou-se bastante segura e com baixas taxas de complicações.


Em que consiste a cirurgia ressectiva?

A cirurgia ressectiva consiste na retirada do tecido cerebral “doente” através de uma microneurocirurgia.


Em que consiste a cirurgia de neuroestimulação?

A neuroestimulação em epilepsia consiste no implante de eletrodos que irão previnir as crises através de estimulação do cérebro, o que ocasiona, paradoxalmente a sua inibição e como consequência diminuição do número de crises. Tal eletrodo implantado recebe o seu estímulo através de uma marcapasso implantado debaixo da pele, na região abaixo da clavícula.

Qual o benefício da cirurgia em relação ao tratamento com medicações?

Com o tratamento cirúrgico bem indicado, é possível controle (ou cura) das crises, sem a necessidade do uso de medicações (estas sabidamente causadoras de problemas de memória quando utilizadas a longo prazo).


Que tipo de atividades poderei realizar após ser submetido à uma cirurgia?

Após um período de 30 dias de pós operatório, qualquer tipo de atividade pode ser realizado, independente do procedimento ser cirurgia ressectiva ou de neuroestimulação.


Poderei voltar a dirigir após a cirurgia?

Após um período de 1 ano sem apresentar crises, o paciente com epilepsia poderá voltar a dirigir.


Será permitido tomar bebidas alcoólicas após uma cirurgia para epilepsia?

Sabidamente, o álcool interfere com a ação de algumas medicações para epilepsia. Portanto, se o paciente apresentar critério de cura da epilepsia (após 1 ano), poderá tomar bebidas alcoólicas.




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